16 de junho de 2009

Katy Perry em Paris


No primeiro dia de minhas férias em Paris, e estando hospedado em sua casa, só mesmo meu amigo Shazzan para me fazer ir a um show de Katy Perry em Paris. Se você não sabe quem é Katy Perry, não se preocupe, eu também só fiquei sabendo hoje, quando ele me disse que haveria um show dela no famoso teatro Olympia, palco, há mais de 100 anos, de grandes nomes da música mundial como Edith Piaf, Louis Armstrong, Elis Regina, Aretha Franklin, Beatles, Tina Turner, entre outros. Quando ele me convidou, eu bem que me lembrei, preocupado, de que, na hora em que saí hoje de manhã, havia uma fila de adolescentes em frente ao teatro e eu pensei que algo do tipo Menudos deveria estar se apresentando, embora aqueles adolescentes sequer tenham idéia do que venham a ter sido os Menudos (sorte deles!).


E lá fomos nós pro Olympia, comprar ingresso de cambista, e adentrar o imenso salão vermelho característico do lugar, com um copão de cerveja na mão, que ficamos tomando em pé enquanto aguardávamos o show por mais de uma hora (sim, os shows são assistidos em pé). Em volta, eu olhava e tinha a certeza de que não havia uma alma viva mais jovem do que nós. A grande maioria na mesma faixa de idade da cantora, vinte e poucos anos. Na entrada da cantora no palco, os indefectíveis gritinhos e pulinhos, a que assisti com a paciência de quem leva a filha adolescente a um show desse (bem, na verdade, duvido que alguma adolescente aceite a companhia do pai num show desse!).

Eu me divertia muito observando os gestos, coreografias e falas da moça, enquanto observava o cenário, composto por gansos e um enorme coração cor de rosa, músicos vestidos de terno cor de rosa. Assistia a tudo com os inevitáveis passinhos de quem segue o ritmo da música, e com tentativas nem sempre bem sucedidas de me desviar das criancinhas colocadas sobre o pescoço dos pais para poderem enxergar melhor o palco. Assistia a tudo com o olhar distante de quem não pertence àquele ambiente até o momento em que, após uma tosca coreografia em que um palhaço vestido de carteiro entra no palco para entregar uma carta à cantora e ela solta, então, a música, Mr. Postman, grande hit dos Carpenters na década de 70. Nessa hora, enquanto eu batia os pezinhos mais animadinho, pude prestar mais atenção e vi alguns marmanjos também se soltando e traindo a idade.


Outro que traiu a idade foi o sujeito que acendeu um isqueiro e o levantou durante o show. Lembrei-me dos shows a que eu ia quando jovem, e o grande momento de emoção era o acender de isqueiros ou fósforos por grande parte da platéia na escuridão, o que produzia um fantástico efeito luminoso. No show de Katy Perry, porém, o grande efeito luminoso era dos milhares de aparelhos celulares que eram levantados para tentar captar a melhor imagem da mocinha.


O show terminou com o grande hit I Kissed a Girl (“Eu Beijei uma Garota”), o que produziu frisson comparável ao que vi, no Brasil, com as meninas que assistiam, nas primeiras filas, aos shows de Zélia Duncan e Cássia Eller (http://www.youtube.com/watch?v=DLt5n0auPwM para quem quiser conhecer I Kissed a Girl).


Chegando em casa, fui investigar melhor o fenômeno e descobri que Katy Perry foi lançada ao estrelato há um ano atrás, depois dos elogios que Madonna fez à música que a cantora fez avacalhando um namorado que lhe deu um pé na bunda (“Ur so Gay”, ou “Você é tão Gay”). Nao há muito mais o que saber de uma carreira de apenas um ano, mas para quem quiser conhecer mais, tem até um site de Katy Perry no Brasil (http://www.katyperry.com.br/).


Enquanto isso, vou dormir pensando no que Edith Piaf, Aretha Franklin e Elis Regina devem estar sentindo ao serem colocadas, junto com Katy Perry, no rol das grandes damas que pisaram o palco do Olympia.

5 comentários:

Amarilis disse...

Voltou a postar!!! Ainda por cima de Paris...

Mas, me diz, como assim "quando eu era jovem?" Você ainda é jovem, meu caro, e sabe se divertir como ninguém. Bom, nem preciso desejar que aproveite muito, né?

PS. Gansos e um coração cor de rosa? Hahaha. Deve ter sido impagável!

Buenas Ondas Verdes disse...

Essa estória deveria ir para o INFORMMA.
Aproveite bastante os queijos, vinhos e a baguete!
Au revoir - Rafael Jacques

Luisa Abreu disse...

Oi, Fernandinho,
Fala sério, Katy Perry em Paris ! Nunca ouvi falar da moça, mas acho que só pode ser melhor do que você cantando música romântica do Roberto Carlos em karaokê .............. sem comentários ..........
Que bom te encontrar depois de tantos anos ! Fiquei muito feliz de saber que você não mudou, nem na escrita, nem no bom humor. Depois vou ler com mais atenção os outros relatos. E continue escrevendo, porque talento e material você com certeza tem.
Quanto aos Carpenters, confessa que foi saudosismo. Mr. Postman hoje é pura concessão poética !
Beijos.
Luisinha

Anônimo disse...

Aí bonitão!!!
Barbado, hein??
Quem é vivo sempre aparece e sua amiga jornalista aqui atesta: vc escreve muuuiiittooooo...
Beijos, saio de férias dia 10 e vou conhecer um lugar que vc um dia me disse que era imperdível - o deserto do atacama.

Márcia

Unknown disse...

Registro aqui meu protesto porque vc mandou foto sua barbado para a peruinha e não pra mim. Que qué isso? Não tem noção do perigo, não?!?!

Quanto ao show da Katy, de quem nunca tinha ouvido falar, senti que a coisa não ia bem quando vc disse que o clim a lembrava Menudos. Uau...Ainda bem que vc não tocou no assunto com nenhuma adolescente de lá, podia pegar mal.

Só faltou esclarecer por que o seu amigo te levou pra uma coisa dessas, e ainda pagando ingresso de cambista. Ele se amarra num ursinho cor-de-rosa? Ele se amarra em vc? Ele gosta mesmo da moça? Ele quis te sacanear? Ou o quê???

De qualquer forma, se te convidarem para assistir show da mocinha do Hannah Montana ou do RBD, não vai não, tá?

Com esse deslize da Katy, vc ainda tem um nome a zelar, mas mais uma dessas, não sei, não...

Maristela